sábado, 22 de janeiro de 2011

MUSEU COMUNITÁRIO DOS PARABRASIS




Adriana Rezner
Jéssica Fernanda Alves de Andrade
  
                                         RESUMO
Este artigo tem por objetivo trazer algumas idéias teóricas sobre a organização, metodologia, exposição, e prática de um museu comunitário. Assim como pretende desenvolver uma interação entre os paraguaios do bairro, que cultivam os mesmos hábitos e costumes, preservando a memória, saberes e fazeres.

Palavras chaves: Museu, teoria, comunidade, cultura, história.
 
                    1. INTRODUÇÃO
  Na teoria para organizar um museu é necessário escolher uma comunidade, e o local, levando em conta em primeiro lugar, as condições econômicas, sociais, culturais e políticas da comunidade a ser escolhida.
Tendo em vista que a população local do bairro escolhido é que vai ser o objeto e sujeito da instituição e também o público é o agente que vai atuar e animar o museu, será os seus problemas atuais e futuros que formarão a base da programação e desenvolvimento para o funcionamento do museu. 
O papel do museu é reunir e mobilizar o patrimônio humano, sendo este essencial para o desenvolvimento da comunidade com a finalidade de resgatar e cultivar história e memórias, costumes e hábitos. Para a analise da teoria será utilizada o texto de Hugues de Varine, que trata de forma teórica a organização do Ecomuseu, e Ulpiano T. Bezerra de Meneses, que trará subsídios para pensar a questão da memória, este trabalho será apresentado à disciplina de História e Museu ministrada pelo professor German Sterling, com o tema relacionado os paraguaios.
A princípio pretende-se criar um museu para se conhecer, conviver e preservar os saberes e fazeres de cada cultura, que com a migração tenha resistido à mudança regional. O museu comunitário será de fundamental importância para as pessoas do local, uma vez que vai procura conservar a identidade e as formas de tradições e hábitos, proporcionando o desenvolvimento sociocultural da região.
Para tanto será feito uma proposta a comunidade local para averiguar a possível organização do museu no bairro, verificando os acervos e a possibilidade das gravações das entrevistas com os mesmos, assim como a contribuição dos comerciantes.  O museu deverá permitir ao visitante uma interação cultural, fornecendo uma melhor compreensão e informação sobre o passado e o presente dos paraguaios.

               2. DESENVOLVIMENTO
Em principio o museu deverá se preocupar com a questão comunitária, com a participação da população local, tanto no planejamento do território como no seu desenvolvimento, utilizando como o objeto central a comunidade, esta deverá aprender a analisar, criticar e dominar de maneira responsável os problemas que se apresentem na comunidade, diferenciando-se de um Museu tradicional, que expõem artigos estáticos que pode resultar numa problemática como diz Varine;

Que em outros lugares os Museus se transformam progressivamente em armadilhas para turistas e em maquinas de dar prestígios às relações internacionais, quando não se tornam apenas um maio de facilitar a ascensão profissional, cientifica ou mesmo política de seus responsáveis. (1979, pg. 63.)


O museu não deverá servir para prestigiar a este ou aquela pessoa, mas sim ser um meio para desenvolver a cultura local, da comunidade. Pois o museu nasce da analise precisa da comunidade em sua estrutura, em suas relações, em suas necessidades; daqueles que a representam oficialmente.
Nesse sentido, o museu é a comunidade e, o museu poderá contribuir com os seus objetos em algumas das exposições, mas é a comunidade que deverá fazer a suas coletas, os estudos e conservar o seu desenvolvimento, assim como resolver os seus problemas; segundo Varine,

As decisões importantes referentes ao ecomuseu não podem vir, em nenhum caso, do exterior ou serem tomadas no local por “animadores” profissionais, quaisquer que sejam suas qualidades. Estes podem apenas auxiliar o estabelecimento do processo maiêutico de decisões e, em seguida, a formalização e a operacionalização das decisões tomadas. (1979, pg.70.)


A decisão deverá partir da própria comunidade é ela que vai constituir o sujeito concreto e principal do museu, unida pela solidariedade e dela vai resultar as necessidades atuais, e a conservação dos meios que estarão envolvidos na organização da instituição.
Primeiramente as pessoas que trabalharem no museu, deverão ser habilitadas a tal função.
O grande desafio é o financiamento para a realização da obra, caímos assim a um patamar intrigante, talvez o ideal fosse propor a comunidade o problema, pois se em conjunto com a mesma a realização será de maior proveito, pois assim não será um local de se promover, quaisquer que seja.
A partir do concreto do museu, pretende-se criar áreas de memória, algo além de objetos, isto é, criar um espaço onde os visitantes possam ouvir dos paraguaios em uma gravação, e eles próprios tirarem suas conclusões. Tendo em vista que o museu além de preservar a memória da comunidade, produz conhecimento, através dos acervos construídos, devendo ser um lugar mais de perguntas do que de resposta. Nesse sentido Ulpiano afirma que:


A especificidade do museu está precisamente naquilo que, ao lhe dar personalidade, distinguindo-o de outros instrumentos similares do campo simbólico, garante condições máximas de eficácia: o enfrentamento do universo das coisas materiais. (1979, pg. 98).
O museu deve ter sua especificidade, o de preservar a identidade e memória de uma comunidade, por se tratar de um processo mutável e não podendo ser resgatada. Ou seja, uma sociedade sem identidade e sem memória não pode ser analisada, e não tem história, sendo que identidade e memória são ingredientes fundamentais da interação social.
A questão política é que de fato aqui se apresenta como uma grande dificuldade, visto que o museu não pode servir a nenhuma empresa, entidade, político, etc. O grande desafio é construir esse museu sem financiamentos relacionados a entidades. Pois se obtiver essa ajuda financeira, os que contribuíram, certamente terão seus nomes envolvidos.

                 4.  CONSIDERAÇÕES FINAIS
Considerando a necessidade de construir um museu com o objetivo de preservar a cultura de uma comunidade, percebem-se os problemas que deverão ser enfrentados, como a organização, pesquisas e exposição dos resultados, assim com a união do envolvidos, primeiramente deverá ser feito uma consulta com a população para saber se eles também tem interesses na preservação das suas memórias, saberes e fazeres.

        5.  REFERENCIA BIBLIOGRÁFICA
ULPIANO, T. Bezerra de Meneses. Ciências & Letras. —n.1(ago.1979)-Porto Alegre: Faculdade Porto-Alegrense de Educação, Ciência e Letras, 1979.
VARINE, Hugues. Ciências & Letras. —n.1(ago.1979)-Porto Alegre: Faculdade Porto-Alegrense de Educação, Ciência e Letras, 1979.

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